domingo, 27 de setembro de 2009

Dúvida

Jean Seberg, em O Acossado (1959), de Jean-Luc Godard

Não sei se estou triste por não ser livre,
ou se não sou livre por estar triste.

sábado, 26 de setembro de 2009

Ressalvando as devidas distâncias...

Roko, por Victor Pulido, na XV Bienal de Cerveira

Vida canina, na aldeia de Padroso, Montalegre

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Poesia dela

Qualquer dia chegaremos ao apuro
de termos pena de nós próprios.

David Mourão-Ferreira, Um Amor Feliz

Solilóquio do Escultor

Que destino, então, para essa estátua? Talvez alguma ábside do Purgatório, alguma "loggia" do Paraíso... Talvez ainda, mais terra a terra, o simples santuário do próprio Universo, readquirida que fosse, não sei por que milagre, a função mágica de quanto é belo, de quanto mereceria não ser efémero.
David Mourão-Ferreira, Um Amor Feliz

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Casa das Histórias

Paula Rego, A Casa de Celestina (2000-2001)

Nós somos as próprias histórias, diz Paula Rego.
E ela, uma notável contadora.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Estado de (des)graça

Porque também é possível estar grávida de ideias. E viver um penoso trabalho de parto.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Homenagem a uma contestatária


Uma das minhas personagens preferidas da BD tem agora uma estátua num jardim de Buenos Aires, justamente em frente à casa que Quino habitou durante alguns anos.
Para mim, as suas tiras ficarão sempre associadas às noites insones pré-defesa de tese de mestrado, em que o seu humor precocemente contestatário preveniu vários fanicos. E o maciço O Mundo de Mafalda, oferecido pela mana, continua na estante, num ponto acessível. Just in case.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

O enlevo de ser levado

Uma pessoa lê para ficar deslumbrada. Uma pessoa lê para ficar noutro estado. Para sair de si própria. Uma pessoa lê para estar noutro mundo. Para entrar noutro estado. E, no caso das coisas muito bem escritas, num enlevo. Há um enlevo de ser levado.
Miguel Esteves Cardoso, em entrevista a Carlos Vaz Marques, na revista Ler

sábado, 12 de setembro de 2009

A exigir resposta depurada

Depois acalmou; deixou de chorar, deixou até de respirar, e todo ele foi atenção, como se apurasse o ouvido para uma voz silenciosa, a voz da sua alma, para o desenrolar de pensamentos que dentro dele se elevavam.
"De que precisas tu?" Foi esta a primeira ideia clara, capaz de ser expressa em palavras, que ele ouviu. "De que precisas tu? De que precisas tu?" repetia ele. "De quê?"

Lev Tolstoi, A Morte de Ivan Ilitch

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Le Penseur


Lá estava ele, imerso nos seus pensamentos, numa das salas do Museu de Arte Moderna e Contemporânea de Estrasburgo. Que me inspire, em densidade e serenidade, nos próximos meses. Vou precisar.

domingo, 6 de setembro de 2009

(Breves) apontamentos sobre Estrasburgo





- Há por aquelas terras uma catedral magnífica, de grés cor-de-rosa e com portas vermelhas
- E maison à colombine, que parecem directamente retiradas de um conto dos irmãos Grimm
- E um Reno de margens respeitadas
- E o restaurante mais bonito do mundo
- E tartes flambées, tartes Linz... e Riesling
Já se nota que gostei? É que posso continuar a apontar...

sábado, 5 de setembro de 2009

Engenho caminhense



Pneus empilhados, tábuas e pedras. Assim se inventa um pequeno cais... frágil, mas inverosimilmente operacional.
E um pequeno tronco, estrategicamente erguido, é a muleta necessária à corda da roupa.
Em Caminha, é possível encontrar exemplos curiosos de desenrascanço, perdão, de engenho lusitano.