domingo, 26 de junho de 2011

Estrada, eu sou


Maria Bethânia, Tocando em Frente
Composição: Almir Sater / Renato Teixeira

...
Penso que cumprir a vida seja simplesmente
Compreender a marcha e ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro levando a boiada
Eu vou tocando os dias pela longa estrada, eu sou
Estrada eu vou


...
Todo mundo ama um dia, todo mundo chora
Um dia a gente chega, no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história
E cada ser em si carrega o dom de ser capaz
De ser feliz

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Boa sorte e fortuna

Para quem vive entre Braga e Porto, o S. João é incontornável. Por isso, ontem houve festa, menos pública e mais privada, mas sem negligenciar certas tradições. E nem faltou o alho-porro, captado quando ainda preso à terra. O tom azul é efeito de alguma asneira que fiz com a máquina, mas cujo resultado gostei :-). Aqui os deixo, sem pancadinha na cabeça, mas com votos de boa sorte e fortuna para todos.


domingo, 19 de junho de 2011

A vida dos outros

Paula Rego, À Janela, 1997

Parece haver a necessidade de saber o que a vida dá aos outros, ou de saber como é para os outros a vida; pensar nela e falar dela. Uma necessidade de viver fora, nessa curiosidade pela vida dos outros, ou uma forma de preencher o vazio da nossa, distrair-nos dos incómodos, dos trabalhos que nos dá. E assim passar o tempo. Aconteceu uma desgraça? Um caso estranho? Porquê? Como se explica? Corre-se a ver, a ouvir. Ah, é assim? Não, qual quê! Assim não pode ser. Como então? E quando nada acontece, o aborrecimento, o peso das ocupações habituais. E a angústia de ver, como vê agora a senhora Léuca, morrer lentamente nas vidraças a luz do dia.

Luigi Pirandello, Pena de Viver Assim, Biblioteca Editores Independentes, pp. 25-26

terça-feira, 14 de junho de 2011

"... da Vida"


Ama
Se não amares, a tua vida passará num segundo
Ajuda os outros
Maravilha-te
Tem esperança

sexta-feira, 10 de junho de 2011

De cara lavada

A Estação de S. Bento é um local por onde passo com alguma regularidade. Por isso, e apesar da beleza e imponência dos painéis de azulejos, o hábito acabou por matar o encantamento e há algum tempo que serviam apenas como cenário às minhas chegadas e partidas. Entretanto, foram sujeitos a obras de restauro durante vários meses, tendo ressurgido recentemente, de face lavada. O encantamento reavivou-se e creio não ser a única sob tal efeito, pela quantidade de flashes que por lá tenho testemunhado. Afinal, sempre são 550 metros de bela azulejaria portuguesa!



sexta-feira, 3 de junho de 2011

O mundo é uma Bolsa

Pieter Bruegel, o Velho, A Parábola dos Cegos, 1568

O mundo é uma Bolsa. E, portanto, o jogo político, que tinha uma dimensão própria, é hoje o subproduto de um jogo muito mais profundo e radical, que é o das forças de transformação da sociedade, que são de ordem económica, financeira e científica. São elas que comandam tudo o resto. A política, nas sociedades que se querem democráticas, é apenas a maneira de utilizar esses meios da maneira mais aceitável. Mas o ímpeto, o motor da civilização em que estamos, não tem nada de democrático em si mesmo. É uma força cega, como se fosse uma força da natureza, ainda que seja humana. (…) Tudo passa pelos fins da máquina produtiva mundial, que se torna mais abstracta ainda por ser, fundamentalmente, do tipo financeiro. E é uma máquina que se vai destruindo a si própria.

Excerto de entrevista ao Professor Eduardo Lourenço, publicada integralmente aqui.