quarta-feira, 27 de abril de 2011

As três palavras mais estranhas



Quando pronuncio a palavra Futuro,
a primeira sílaba pertence já ao passado.


Quando pronuncio a palavra Silêncio,
destruo-o.


Quando pronuncio a palavra Nada,
crio algo que não cabe em nenhuma não-existência.


Wislawa Szymborska

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Engalanada

Braga engalanou-se de roxo por estes dias, simbolismo de Quaresma e chamariz para os turistas que nos visitam para as festividades da Semana Santa. Apesar de não ser grande apreciadora da cor ou da época, o facto é que acabei por achar, durante a incursão fotográfica de final de tarde, que a atmosfera criada era estranhamente serena. E até o cinzentismo do dia, tão malquerido noutras alturas, se revelou o enquadramento perfeito para este tranquilo passeio quaresmal.
Boa Páscoa para todos!



1. Rua do Souto; 2. Jardim de Santa Bárbara; 3. Rua D. Afonso Henriques

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Beleza interior*


Para lá do exterior, há redutos onde a beleza se aninha, de forma mais ou menos secreta. Focar a “lente” nestes espaços recônditos é condição para vislumbrar o que a superfície oculta e aceder aos contornos essenciais, íntimos e sublimes da Beleza.

*Com um beijinho especial para a minha Mãe: porque fez anos recentemente, porque foi pelas suas mãos que surgiram as tulipas que originaram este post e, sobretudo, porque é possuidora de inegável beleza interior.

sábado, 9 de abril de 2011

Moeda a moeda

Foz do Minho, Caminha

Aos vinte anos, julgara-se liberto de rotinas e de ideias feitas que paralisam os nossos actos e armam de antolhos o nosso entendimento, mas depois passara a comprar, moeda a moeda, aquela liberdade de que julgara poder apossar-se logo à primeira. Nunca se pode ser tão livre quanto se deseja, quanto se quer, quanto se teme, quiçá tanto quanto se vive.

Marguerite Yourcenar, A Obra ao Negro, Planeta de Agostini, p. 115

domingo, 3 de abril de 2011

Apequenar-se

Se somos pequenos e a coisa de que fugimos é grande (já tiveram alguma vez este sonho?), o único esconderijo é um sítio onde a coisa grande não cabe. Mas depois temos de lá ficar, nesse sítio tão pequeno, ou até tornarmo-nos mais pequenos para nos escondermos melhor.

Martin Amis, Money, Biblioteca Sábado, p. 143

Algures por Barcelona