...
Dizem meu como alguém gosta por vezes
de ao príncipe amigo chamar em conversa com camponeses,
quando este príncipe é muito grande e muito distante.
Dizem meu dos muros sem calor
e nem sequer conhecem de sua casa o senhor.
Dizem meu e a isso chamam posse num instante,
quando se fecha cada coisa de que sua mão se abeira,
tal como um charlatão de feira
que talvez ao sol chame seu e ao clarão relampejante.
Assim dizem: minha vida, minha mulher também,
meu cão, meu filho e no entanto sabem bem
que tudo: vida, mulher e cão e filho somente
estranhas criações são, em que cegamente
tocam de mãos estendidas, na incerteza.
...
Rainer Maria Rilke, O Livro de Horas, Assírio & Alvim, p. 273
Forum des Halles, Paris
E nós concordamos em gênero, número e grau.
ResponderEliminar5 bjs
Minha querida Sara
ResponderEliminarEste texto poderia complementar o meu ou vice-versa...a posse nunca pode ser a aliança que une dois seres!
Ando há uns dias para colocar um texto da mesma autora...mas outros se interpuseram...lol
Quem é brilhante pode vir em qualquer altura que sempre será bem vindo...assim como Rilke
bjs e bom fim de semana
Não se possuem pessoas... como se possuem coisas!
ResponderEliminarE quem o pensar, engana-se redondamente!
Sara
ResponderEliminartens-me aqui de novo...:)
Esqueci de comentar a tua foto...está um espanto... conseguiste capturar a imagem num jogo de espelhos. Muito interessante se pensarmos no texto. Parabéns e não te esqueças de desenvolver esta tua arte...
bjs
Boa noite, Sara
ResponderEliminarO Rainer tem textos maravilhoso.
Leio-o regularmente.
Acho magnífica a parceria que ele e Renoir fizeram já editada em Portugal num livrinho muito cuidado.
Gostei deste poema.
Escolha admirável.
Bjs
Nada é tao "nosso" nessa vida como o que "nao é". Essa é a única certeza que tenho, amiga!
ResponderEliminarTu arrasou em arte nessa foto, esplendorosa!
Boa semana, sara!
É curiosa mesmo esta coisa da posse ... posse de quê, ou mais dificilmente, posse de quem?
ResponderEliminarTalvez tenhamos pouco mais que os nossos pensamentos e a nossa dignidade.
Talvez tudo o resto sejam um enorme monte de tretas.
Este "seu" espaço, está cada vez melhor.
Um abraço e um desejo de um "entre-postadas" fantástico.
Sara,
ResponderEliminarVenho agaradecer a sua visita. A única fotografia que está tratada é a da cabeça da Rainha, as outras foi mesmo como a câmara as apanhou.
Gostei do Rilke, pois é para mim um poeta maior. Tenho este livro que folheio muitas vezes.
O efeito fotográfico está fantástico.
Uma boa semana para si, Sara!:)
Mais do que efectivamente possuímos, é frequentemente o que imaginamos possuir que nos identifica e tranquiliza. Também por isso as perdas podem ser tão duras. Mas a crença no vazio não será certamente produtiva. Algumas ilusões podem ser tão fundamentais quanto outras tantas certezas.
ResponderEliminar[E, pronto, hoje deu-me para divagar ;)]
Um grande beijinho e os votos de uma semana magnífica!
Nem proprietário
ResponderEliminarnem propriedade
Vendi muita obra sua. Não é de leitura fácil, mas compensa, se existe continuidade.
ResponderEliminarFizeste uma boa eleição.
Excelente a composição fotográfica!
Beijinhos