terça-feira, 25 de outubro de 2011

Onde as crianças dormem


O fotógrafo James Mollison retrata no livro “Where Children Sleep” os locais onde dormem crianças de vários pontos do planeta. Neste livro podemos encontrar, por exemplo, o quarto que Indira, de 7 anos, partilha com os pais e irmãos em Katmandu, onde Indira trabalha numa pedreira; ou o quarto de Jasmine, de 4 anos, que reside no Kentucky e já participou em 100 concursos de beleza; ou ainda o quarto em cujo chão dorme Erien, grávida aos 14 anos e moradora numa favela do Rio de Janeiro; ou o colchão que um menino romeno de 4 anos partilha com a família nos arredores de Roma.

As imagens são um bom mote reflexivo acerca de circunstâncias culturais ou mesmo relativismo cultural mas, sobretudo, acerca daquilo que nunca deverá ser relativo: os direitos das crianças, constantemente sujeitos a atropelos e incúria, do outro lado do mundo ou do outro lado da rua.

15 comentários:

  1. Sim, bom para pensar nas diferenças culturais, que explicam algumas diferenças. Mas sobretudo para pensar nas diferenças de oportunidade, nas desigualdades abissais que afectam principalmente as crianças.
    Importante tema de reflexão.

    ResponderEliminar
  2. Grato pela partilha

    " os filhos dos homens que nunca foram meninos"

    Bj

    ResponderEliminar
  3. Um grito de alerta que nos deve tornar mais disponíveis para os outros.

    ResponderEliminar
  4. Impressionante, Sara!
    Obrigada por este alerta.
    Beijinho. :)

    ResponderEliminar
  5. O que mais nos indigna, não são os que tem,
    é a não oportunidade dos que não possuem.

    Os sonhos das crianças acontecem com o mesmo processo fisiológico, apenas a diferença geográfica é que as separam. Apenas a cegueira medíocre que nos ocupa os olhos e a mente.

    O que nos move, é essa dor apertada que rasga o peito, quando chegamos a conclusão que o direito primeiro já não se cumpre, o direito de ser gente.

    Faltar dinheiro é um problema que tem solução, faltar humanidade não.
    5 muito obrigada

    ResponderEliminar
  6. De facto,o lugar onde nascemos determina tudo...uns tantos e outros tão poucos.
    Estas imagens revoltam, emocionam e...Faz-me pensar que fui uma sortuda nascer onde nasci, na família em que nasci.
    Temos tendência a ver sempre o copo meio vazio..e se agora olhássemos para ele meio cheio?;)

    ResponderEliminar
  7. Boa noite, Sara

    Se fizermos um exercício fácil que é o de comparar o padrão de um quarto de criança portuguesa -- O nosso país até viu acentuadas as desiguladades sociais para padrões inimagináveis -- com os exemplos que indicastes, o resultado imediato é o da constatação das gravíssimas desigualdades que parecem irresolúveis mundo fora.

    Eis o mérito desta edição.

    Bjs

    ResponderEliminar
  8. Nada como uma imagem para dizer tudo...
    Boa noite, Sara! Um abraço

    ResponderEliminar
  9. Absolutamente, amiga! E uma das maiores incúrias será certamente a de vivermos num planeta onde tais direitos nem sequer estão universalmente consagrados. Tudo depende da aleatoriedade que representa o sítio onde se nasce e se é criança...
    Obrigada por esta partilha e um grande beijinho com os votos de um bom resto de semana!

    ResponderEliminar
  10. Até podemos pensar que tais diferenças se devem à diversidade cultural...mas sabemos bem que não! Antes, às iniquidades relativas aos Direitos das crianças em ter uma vida digna... Muito bom este post. Dá que pensar, amiga!
    bjs grandes
    PS: avisa qd for o grande dia, se for com antecedência melhor. Quero dar uma forcinha presencial

    ResponderEliminar
  11. Essas cenas se repetem, não podemos deixar que virem rotina.

    Zerafim

    ResponderEliminar
  12. Tocante, Sara, muito tocante! Comoveu-me!
    Hei-de ver se encontro o livro no American Book Center em Amsterdao. Gostei muito!
    Nem de proposito, pois tenho andado a dar alguns moveis que tinha aqui em optimo estado, a criancas que tinham so uma caminha no quarto. Amanha, vou fazer mais uma entrega. Desta vez uma estante vermelha para colocar os brinquedos, livros e jogos. Vai para um quarto de gemeos. Vou levar tambem peluches e almofadas coloridas. :-)
    Ha semanas, entreguei uma estante em betula e um roupeiro da mesma cor (amarelinho). Ficou um mimo. :-) Pertenciam do meu quarto de solteira, mas estao como novos.
    Coincidencia ou nao, ontem ouvi um estudo da Pordata e fiquei a saber que ha 40 anos (quando eu nasci) em Portugal, so 60% da populacao tinha banheira ou duche. Nesse momento, senti que fui uma crianca privilegiada ...
    Obrigada pelo alerta e pela partilha, Sara! :-)

    ResponderEliminar
  13. Um documentário comovente Sara.
    O mundo precisa de mais amor no coração, mais dignidade pra tratar suas crianças, mais honestidade pra sobrar a toda mesa, mas justiça, mais emoçao e sentido de viver.
    O vídeo é triste mas necessitamos dele pra nos fazer lembrar como sobrevive grande parte da população infantil.E , como formiguinhas iniciar a mudança , aqui do nosso lado.
    Obrigada pela emoção.
    deixo um abraço

    ResponderEliminar
  14. É verdade. Alguns casos já sabia (ou calculava) porque a minha mãe deu aulas em Vila Franca de Xira e nos Olivais, à 40 anos, e relatava histórias assim. Infelizmente, no que diz respeito aos atropelos dos direitos das crianças (e outros) o mundo tem mudado muito pouco. E os atropelos, no meu parecer, não são só os das crianças pobres, mas também os das meninas que andam em concursos de beleza (exploradas pelas ambições dos pais), numa altura da vida em que deviam era brincar e estudar... Vivemos num mundo complicado. Bj!

    ResponderEliminar
  15. Excelente!!!
    Um bom trabalho, um convite à reflexão, boa falta faz!
    Essas diferenças culturais, que também o são nas comodidades. Empolgante!!!

    Beijinhos

    ResponderEliminar