Porque nunca como agora três dos elementos primordiais estão ameaçados: o ar, assassinado pela poluição e pelo anidrido carbónico; a água, que, por um lado, se empesta e, por outro lado, se apresta a faltar cada vez mais. Está a triunfar apenas o fogo, sob a forma de calor que seca a Terra, perturbando as estações, e que, derretendo os gelos, convidará os mares a invadi-la. Sem nos darmos conta, caminhamos para a primeira e verdadeira ecpirose. Enquanto Bush e a China recusam o Protocolo de Quioto, caminhamos para a morte pelo fogo – e pouco nos importa que, depois do nosso holocausto, o Universo se regenere, porque não será o nosso.
Umberto Eco, Construir o Inimigo e Outros Escritos Ocasionais, Gradiva, p. 90.
[Em Dezembro passado, o Canadá abandonou o Protocolo de Quioto, juntando-se aos EUA e à China que sempre recusaram a sua assinatura, apesar de constituírem os dois países com emissões mais elevadas de gases com efeito de estufa. Nessa altura, a China considerou “lamentável” a decisão canadiana (???!!!!). Infelizmente, lamentaremos muito mais.]
A China tem muita graça !...
ResponderEliminarE o degelo continua em crescendo nos Círculos Polares.
E a Austrália é vítima de constantes e incomensuráveis fogos florestais.
Pelo contrário, no Brasil, na Índia e noutros países dessa zona, são as cheias.
Presopor ter cão, preso por não ter.
Um beijo, SARA.
Caminhamos alegremente para o precipício.
ResponderEliminarDepois cá continuará a Terra, mas sem nós!
Sara,
ResponderEliminarGostei bastante desta postagem. Umberto Eco verbaliza os pensamentos de uma forma extraordinária.
A Natureza e o Homem caminham sempre entre dois pressupostos: o caos e a ordem num elo infinito. Talvez se equilibrem, não sei, mas não quero ser pessimista.
beijinho. :)
Assustador e verdadeiro.
ResponderEliminarUm dia seremos
ResponderEliminarde novo crianças
Lembro-me bem de ouvir a notícia e da profunda decepção que senti. A inconsequência e irresponsabilidade pagam-se caro e, muito provavelmente, mais cedo do que se pensa... E, como se nota, há os que lamentam e agem em coerência e há os outros que se limitam a lamentar...
ResponderEliminarBeijinho e um grande fim de semana.
E vamos desmatando o pulmão do mundo, a nossa tão rica Amazõnia, património da humanidade. É certo que o homem destrói o que ganha e poucos são os que se juntam para refazer, perdemos mais um, todos perdemos.
ResponderEliminarbjs nossos
O primeiro impacto veio-me dado pela fotografia que elegeste... estamos em Fallas e pareceu-me uma fase da "cremà", é assim que tudo acaba no fim desta grande festa que estes dias inunda as ruas de Valência. Tudo é arte, música, ruído, beleza... alegria, de momento!
ResponderEliminarQuanto ao tema só tenho a dizer que é lamentável, crendo na lei de Lavoisier, que sejam capazes de "pasar", como dizem aqui, ante algo tão sério. Estamos acabando com o melhor que temos, o espaço no qual vivemos...
Um abraço enorme e bom fim de semana
Não tem limites, a estupidez - e a cupidez - dos homens! Caminharemos para aquele mundo descrito em "A Estrada" de Cormac McCarthy?
ResponderEliminarTanto apregoaram o "ver para crer" ecológico e sustentável que fomos (?) levados a pensar que, se calhar, isto era como os anúncios da TV - Não pode ser verdade! E ainda acreditamos nisso. Ou preferimos acreditar nisso piamente.
ResponderEliminarA culpa é, e sempre será, do "macaquinho" que tem a mania que tem que comer não a banana maior do bananal, mas o bananal inteiro! Com cascas e tudo (que isso dos caroços já era).
Não é gula. É ... pois ... há quem diga que é HUMANO.
Claro que nem todos são assim e assim é que se destroem ecossistemas todos os dias. Sem eles não há biodiversidade. Sem ela não funcionam os ciclos naturais (os de criação de coisas, os de regeneração de outras coisas e os de destruição das coisas que não interessam). E sem eles não há mais nada ...
... para nós, os macaquinhos, claro!
Porque o sistema que sustenta esta "treta" toda, continuará como uma bananeira ao vento numa praia deserta de S. Tomé. Impávido e sereno(?). Mesmo sem bananas.
Excelente a imagem do fogo a crepitar. Se calhar um dia destes ainda vem o Inverno e a associação frio-lareira é perfeita.
Um abraço.
O tema é actualíssimo, todos sabemos, mas continuamos a assobiar para o lado. Olho à minha volta e não posso deixar de sentir um friozinho no estômago...
ResponderEliminarBeijo :)