Emma vivia encarcerada num casamento, cirandando entre ideais de burguesia faustosa e uma profunda melancolia (Não sei se quero morrer se quero ir para Paris). Ao conhecer Léon, não o reconhece. Até ao dia.
O amor, segundo acreditava, devia surgir de repente, com grande tumulto e fulgurações - tempestade dos céus que cai sobre a vida e a revolve, arranca as vontades como folhas e arrebata para o abismo o coração inteiro. Não sabia que, nos terraços das casas, a chuva forma lagos quando as goteiras estão entupidas, e assim vivia confiada na sua segurança, quando subitamente descobriu uma fenda na parede.
Gustave Flaubert, Madame Bovary
Quase por acidente: " O amor preexistia àquela figura imaginária; esperava apenas uma ocasião favorável para se manifestar" (ortega y gasset).
ResponderEliminarbeijinho-de-ler