José Saramago fotografado por Sebastião Salgado, Lanzarote
A vida, qualquer vida, cria os seus próprios laços, diferentes de uma para outra, estabelece uma inércia que lhe é intrínseca, incompreensível para quem de fora criticamente observe segundo leis suas, por sua vez inacessíveis ao entendimento do observado, enfim, contentemo-nos com o pouco que formos capazes de compreender da vida dos outros, eles nos agradecem e talvez nos retribuam.
José Saramago, O Ano da Morte de Ricardo Reis, Caminho, p. 198
Sebastiao Salgado e o meu fotografo favorito :-)
ResponderEliminar"...enfim, contentemo-nos com o pouco que formos capazes de compreender da vida dos outros, eles nos agradecem e talvez nos retribuam."
ResponderEliminarNão deixa de ser um apelo à visão serena das coisas, à sabedoria...
Ou será ao "intuitivo", Sara? :)
Beijo :)
Muito bonito o excerto e a fotografia, Sara!
ResponderEliminarVenho reiterar os votos de um bom feriado!:)
'contentemo-nos com o pouco que compreendemos' e tenhamos essa humildade de reconhecer a inacessibilidade do mundo interno dos outros, para evitar a ligeireza e a injustiça do juízo fácil.
ResponderEliminarBeijinho e bom feriado!
Gosto muito do texto e da fotografia.
ResponderEliminarAos nossos olhos, a letargia da vida dos outros deve-se ao facto de só podermos contemplar uma infima parte dos mesmos.
ResponderEliminarE, apenas um cantinho dos nossos olhos conseguem ler o que vêm...
E, somente frugais palavras a descrevem...
Só os protagonistas dessa vida poderão ter acesso à sua totalidade!
Todavia, há quem diga que só assistem à parte das suas vidas onde se desenrola a cena momentânea em que a câmara faz o clique!?
E, no fim, apenas dizem: "que bela foto esta!"
bjs para ti e bom feriado
Sara,
ResponderEliminarVim só partilhar que este foi o último livro que li do Saramago e tocou-me profundamente porque a ficção é sobre um heterónimo pessoano que admiro!
Palavras sábias de JS, que, de certo modo,me levam a compreender um pouco mais sobre ti ou o teu posicionamento na vida:))))
ResponderEliminar(e a força daquela fotografia; a solidão daquela fotografia; a obstinação daquela fotografia; o fascínio daquela fotografia...)
Direi tão só uma banalidade
ResponderEliminarTudo muito profundo e sábio