É Primavera agora, meu Amor!
O campo despe a veste de estamenha;
Não há árvore nenhuma que não tenha
O coração aberto, todo em flor!
Ah! Deixa-te vogar, calmo, ao sabor
Da vida... não há bem que nos não venha
Dum mal que o nosso orgulho em vão desdenha!
Não há bem que não possa ser melhor!
Também despi meu triste burel pardo,
E agora cheiro a rosmaninho e a nardo
E ando agora tonta, à tua espera...
Pus rosas cor-de-rosa em meus cabelos...
Parecem um rosal! Vem desprendê-los!
Meu Amor, meu Amor, é Primavera!...
Florbela Espanca, Poesia Completa, Bertrand, p. 337.
[A propósito do filme Florbela, realizado por Vicente Alves do Ó, com um notável desempenho de Dalila Carmo, a encarnar aquela que um dia terá afirmado não saber viver.]
Gostava muito de ver este filme. Gostei do poema. Bem escolhido! Bom Domingo! Bjs!
ResponderEliminarEla é a minha Poetisa...
ResponderEliminar... e preciso ir ver o filme!
Também é uma das minhas Poetizas predilectas, sem margem para dúvidas e este é um "daqueles" posts com um sentido de oportunidade perfeito.
ResponderEliminarUm abraço e votos de uma boa semana!
Fernando Reis
Um lindo poema de Florbela Espanca. O filme ainda não o vi,mas assim que tiver oportunidade irei ver
ResponderEliminarSe desejares conhecer o meu blog serás bem vinda
Passo para te desejar uma excelente semana,beijo
Carla Granja
http://paixoeseencantos.blogs.sapo.pt/
O poema é bem escolhido, porque é Primavera e porque é um poema feliz, que contraria a tendência da poetisa para encerrar os sonetos com tristeza.
ResponderEliminarBeijinho grande e boa semana!
Uma mulher que viveu apaixonadamente cada momento da sua viva, e por isso sofreu, sofreu, sofreu!Merece o meu respeito pela coragem que demonstrou.
ResponderEliminar(terei que ir ver o filme, um dia destes...mas há tanta coisa portuguesa interessante para ver, felizmente, e o tempo é curto!)
Abraço
Em Abril tudo floresce
ResponderEliminarFlorbela sempre
Bjs
Adoro Florbela,
ResponderEliminardessa vez mais feliz, porque acredito que ser feliz é o desafio de todos nós e dev ter sido o dela também.
bjs
Igual que à Primavera, ao Outono. Florbela amou tanto à vida que esqueceu-se de viver.
ResponderEliminarOs seus sonetos levam uma grande carga nostálgica, estão plenos de amor, dum amor perdido.
Mas eu penso que viveu tão intensamente que nem deu fé disso.
A sua poesia marcou toda uma época.Tenho:Livro de mágoas; Livro de Soror saudade, Charneca em flor, e Relíquia: nem sei quantas vezes os li!...
Sinto-me enamorado, sobre tudo, dos seus sonetos...
Para ti, um abraço imenso
Oi Sara
ResponderEliminarTenho um livro de Florbela Espanca na minha cabeceira.
Gosto ,quase nâo publico , suas poesias são fortes e trazem uma carga da dor de viver que a consumia,basta ver a forma como decidiu também partir.
Gostaria de ver o filme , vou tentar baixar na internet.
Uma mulher fascinante, misteriosa .
Preciso ler "Charneca em flor",penso ser lindo.
abraços , gostei muito do poema de sua escolha.