Cruzámo-nos com ela numa das ruas estreitas de Pitões das Júnias, serenamente sentada num muro baixo. Deixou-se fotografar e pediu para ver as fotografias. Contou-nos dos seus 89 anos. Do marido que morrera havia 30. Das 3 filhas bem casadas. Da filha que falecera. Enquanto conversávamos, trouxeram-lhe a notícia: entes queridos acabavam de chegar de França. O seu rosto iluminou-se, como poucas vezes vi. Abriu os braços e depois cruzou-os sobre o peito, como a tentar reter a torrente de alegria que de si brotara. Levantou-se, firmou-se no seu fiel de madeira e, lentamente, foi ao encontro daqueles que lhe apaziguariam a solidão durante algum tempo.
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