sábado, 23 de janeiro de 2010

(Re)ler Torga

Era tanta a beleza da solidão contemplada, despegava-se das serranias tanta calma e tanta vida, os horizontes pediam-lhe uma concentração tão forte dos sentidos e uma dispersão tão absoluta deles, que os olhos como que lhe abandonavam o corpo e se perdiam na imensidão. Simplesmente, essa diluição contínua que sofria no seio da natureza não excluía uma posse secreta de cada recanto do seu relevo.

Miguel Torga, O Caçador, em Novos Contos da Montanha

2 comentários:

  1. Adoro este livro. Para mim, é mais um dos "incontornáveis". Excelente escolha e excelente sugestão!

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  2. Li-o pela primeira vez na adolescência. Ando a relê-lo aos bocadinhos e é incrível como me lembro bem de alguns personagens. É realmente incontornável.

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