Os jardins imaginários que de longe vislumbramos
pertencem
aos distraídos insensíveis entes
com que os povoamos
Sempre ficamos
do lado de cá de suas grades
desejosos-receosos de as passarmos
Sentimos o perfume
das rosas que inventamos
vemos o esplendor
dos frutos que sonhamos
Contemplamos
na inventada montra dos prazeres
as sublimes doçuras que sonhamos
sentindo sempre
que não
que não somos dignos
de fruir tais gozos
Nos proibidos jardins
que inventamos
nós
sombras-fantasmas
dum desejo que nos impele em vão
nós
jamais perturbamos
a serenidade
de seu eterno impassível Verão.
Ana Hatherly, Rilkeana
Belíssimo poema, que me inspira uma dupla interrogação: serão esses jardins verdadeiramente intransponíveis ou serão, antes, por nós interditados?
ResponderEliminarBeijinho grande e saudoso.
OI SARA LINDO TEXTO QUEM É QUE NUNCA PASSEOU PELO JARDIM DA IMAGINAÇÃO NÃO É MESMO!!! BOM MESMO É TRANSFORMAR ESTES PASSEIOS EM REALIDADES!!! AMIGA
ResponderEliminarTENHA UMA BOA TARDE !!!UM ABRAÇO JESUS TE AMA FICA COM DEUS!!!
Sem muros nem ameias
ResponderEliminarNos proibidos jardins que inventamos... aí é o nosso espaço de liberdade!
ResponderEliminarLindo poema Sara
ResponderEliminaresses jardins são, na maioria das vezes, intransponíveis somente por nós...não confiamos na nossa imaginação e criatividade!
Uma pena, se pensarmos no que poderíamos descobrir!!!
bjs amiga
Nos proibidos jardins que inventamos.
ResponderEliminarEis uma verdade.
obrigada pelo poema que não conhecíamos. Foi bom passar aqui antes de dormir.
amam.
bjs das 5
Oi Sara
ResponderEliminarInteressante que nem sempre conseguimos vislumbrar dessa forma nossas ansiedades ,nossos medos e inquietações.E o poema nos faz refletir.
Até quando nosso imaginário nos afastará das doçuras de vivermos plenamente?
Um poema instigante Sara
Obrigada por apresentarmos a Ana Hatherly.
meus abraços
Parece que está provado que o "agázinho" (= "H" de Homem) se organizou em Sociedade (apesar de todas as dúvidas acerca disso serem legítimas ...), porque adquire a capacidade de desenvolver a tecnologia (e a ideia) que lhe permite controlar, de alguma forma, a Natureza e os processos naturais (pensava ele e muitos de nós ainda hoje).
ResponderEliminarE, parece, é precisamente aí que surge ao agázinho a outra ideia brilhante que é a de conter num espaço mais ou menos delimitado tudo aquilo que, na Natureza e nos seus processos naturais, mais o espantava (e continua a espantar, mas em menor quantidade e qualidade).
E quis ainda a sorte que lhe desse um nome, que hoje é comum: JARDIM (como já o era, por exemplo, o Éden original - cujo modelo organizacional, físico e real, foi replicado ao longo dos tempos e ainda o é nos nossos dias, em muitos jardins).
Parece-me, por fim, que é indissociável da própria natureza humana a ideia (ou a concretização) dos jardins, pelo que não é de espantar (até é desejável que assim seja) a relação que mantemos com eles em todas as fases da nossa existência, interior ou exterior.
Se calhar, só não a descrevemos é de uma forma tão sublime como a Ana Hatherly, que nos trouxe neste post.
Belo post, aliás.
Abraço.
Que lindo, ainda que impenetrável.
ResponderEliminar=*
Quer a poetisa dizer que os nossos sonhos nunca poderão alterar a realidade? Eu sou um pouco mais optimista, e acho que é "pelo sonho que vamos", pela força de querer mudar, pela raiva de não querer ser passivo. Basta perder o medo!
ResponderEliminarBeijo de bom fim-de-semana:)))
Sara,
ResponderEliminarGostei muito de revisitar o Porto. Apanhei bom tempo, foi óptimo. O poema que encontrei deste lado também é muito bonito contém todas as flores que podemos imaginar.
Beijinho e bom fim de semana também! :)
Jardins referência do nosso imaginário, constantemente reinventado...
ResponderEliminarGrande poema!
Beijo :)