Há um espaço enorme, uma imensidão entre nós e as palavras, que é ocupado por coisa nenhuma. E quando nós tentamos ultrapassá-lo, só num acto de amor é que é possível ir ao encontro delas e deixar que elas venham ao nosso encontro. (…)
A escrita para mim é mais do que respostas, é interrogações. Mais do que para afirmar a minha identidade, é para a procurar.
A voz de Manuel António Pina tecendo palavras sobre as palavras e a escrita, num documentário recentemente exibido na RTP 2. O título deste é extraído de um dos seus poemas, que aqui vos deixo, porque há palavras que pedem para serem partilhadas.
Só quero um sítio onde pousar a cabeça.
Anoitece em todas as cidades do mundo,
acenderam-se as luzes de corredores sonâmbulos
onde o meu coração, falando, vagueia.
Gosto de Manuel António Pina, da sua poesia, da sua lucidez, da forma activa como intervém na vida pública ...
ResponderEliminarBeijo :)
Sara,
ResponderEliminarVi este documentário. Também me tocou.
Sublinho as palavras de AC.
Bjs. :)
Tenho aprendido a gostar dele através de você. Antes não o conhecia.
ResponderEliminarObrigada por mais essa lição de atitude e sobriedade.
bjs meus e de todas
Ele é um escritor e pensador de mão cheia!
ResponderEliminarÉ uma delícia segui-lo.
(Desactiva, por favor o verificador de palavras, pois comentar assim é um martírio... Obrigado!)
Desactivado, mfc. Nos últimos tempos, o blogspot esmerou-se de tal forma que até tenho dúvidas se serei uma máquina, dada a dificuldade em decifrar as letras... :(
EliminarObrigada.
Gostei muito desta ideia da escrita como veículo de busca, quiçá de contínua (re)construção, da identidade. É uma visão mais prospectiva do que introspectiva, ainda que ambas se complementem.
ResponderEliminarUm grande beijinho e uma muito boa semana.
Quantas aspectos desta vida percebo que me saem das mão, começo a convencer-me de que não posso abarcar mais, nem sendo activo.
ResponderEliminarSara, não conheço este Senhor, mas gostei daquilo que escreve. Tem lógica.
Agradeço esta divulgação, são aspectos que valoro já que nos enriquecem espiritualmente. Sabes, são as coisas da ausência, do não estar por aí. Obrigado.
Recebe todo o meu afecto num grande abraço
Grande poeta, MAP! E o seu dilema é o dilema de nós todos - é a inultrapassável incapacidade de, simultaneamente, dizer e calar o mundo e os afectos.
ResponderEliminarExcelente
ResponderEliminarsem mais palavras
Bjs
Talvez apenas que nessa imensidão haja mais do que coisa nenhuma...
ResponderEliminarserá o nosso eu e o nosso Eu com o Outro feito apenas de palavras?
A palavra conduz o nosso pensamento. Não podemos pensar sem formar imagens e traduzi-las em palavras.
Sempre?
Não sei.
E os dedos na minha guitarra? o meu corpo a balançar-se? Que palavras cantam?
É alguém (jornalista, escritor, pessoa) por quem tenho uma enorme admiração. A sua obra, quer no âmbito da literatura infanto-juvenil, quer na poesia é digna de uma atenção muito especial.
ResponderEliminarL.B.
Obrigada * hoje precisava destas palavras :) é bom ter este sítio para as encontrar
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