Fantasias de omnipotência. Amplificar aqui. Suspender acolá. Cortar o som. Como no fundo da orquestra o timbaleiro que, depois de ter arrancado aos seus dois enormes tambores uma enfiada de sons ribombantes, poisa rapidamente as baquetas e abafa o som assentando as palmas da mão muito levemente, muito firmemente, na membrana (…) – assim se poderia calar um pensamento, um sentimento, um temor.
Susan Sontag, O Amante do Vulcão
Susan Sontag, O Amante do Vulcão
QUe bonita imagem...
ResponderEliminarUm leve toque na alma e.. o silêncio.
mas tudo parece tão mais complicado quando queremos silenciar sentimentos introsivos, desgostos...
Às vezes escrevemos, na esperança que tudo passe de nós para o papel. Para sempre. para finalmente ficarmos em paz...
"Paragem de pensamento" diriam alguns. Era bom, sim. Mas a não ser possível, o melhor mesmo é dar-lhes um pouco de atenção... procurar "escutá-los", ouvir o que têm a dizer, na esperança de, à semelhança dos fantasmas, talvez assim exorcizá-los ;)
ResponderEliminarFantasias, como sonhos são difíceis de controlar, de evitar...
ResponderEliminarMas a Razão está cá para abafar esses desejos, até mesmo reprimi-los.
Esta luta interior é inevitável...
A membrana vital é tão volátil, não se sujeita a omnipotências. Uma chatice. Dava tanto jeito ser "timbaleira" da própria vida. Na impossibilidade, vamo-nos amparando naquilo que nos permita conviver melhor com os nossos limites, seja pela escrita, pela "escuta", pela razão...
ResponderEliminarObrigada a todas e um beijinho.
Nunca li nada dela, mas a julgar por este excerto faço mal...
ResponderEliminarObrigado :-)
Estou a gostar muito do livro: uma boa biografia ficcionada, para quem gosta do estilo.
ResponderEliminarTambém li, há alguns anos e gostei muito.
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