Amigos, não consultem os relógios
quando um dia eu me for de vossas vidas
em seus fúteis problemas tão perdidas
que até parecem mais uns necrológios...
Porque o tempo é uma invenção da morte:
não o conhece a vida - a verdadeira -
em que basta um momento de poesia
para nos dar a eternidade inteira.
Inteira, sim, porque essa vida eterna
somente por si mesma é dividida:
não cabe, a cada qual, uma porção.
E os Anjos entreolham-se espantados
quando alguém - ao voltar a si da vida -
acaso lhes indaga que horas são...
Mario Quintana, A Cor do Invisível
Tsmbém gosto muito de Mário Quintana. Descreve bem as "ditaduras" auto-impostas, a que não escapa a do relógio. "Necrológio" é um termo magnífico :) Boa Sexta (ainda de trabalho para nós, mas por pouco tempo :) ).
ResponderEliminarBeijinho.
É muito bonito o poema. O tempo deixa de fazer sentido se for a poesia a determiná-lo.
ResponderEliminarBoa noite!
R.
ResponderEliminartambém achei "necrológio" um termo muito bem achado. Um bom termo-síntese do próprio poema :)
Bom fim-de-semana! (agora, sim, sem grandes trabalhos:))
Ana,
a sua frase é muito bonita, muito poética. Infelizmente, acho que é o próprio tempo a determinar muitas vezes a poesia...
Um bom fim-se-semana!
Vivemos então em função de um "necrológio"?
ResponderEliminarBem pensado... e pensando desta forma, ainda mais arrepiante se torna! Tomar consciência deste facto deixa-me deveras angustiada....agora andamos todos de agendas debaixo dos braços; de agendas telefónicas; de agendas na cabeça (esta para quem pode, a minha já não leva mais datas e horas marcadas. Recuso-me!).
Os relógios comandam as nossas vidas, indeed...
E pobres de nós, seres humanos, ainda julgamos controlar o mundo... Que enganados estamos!
bjs de fim de semana recheado de muitas horas descontroladas!!!!
Bom ângulo para uma foto magnifica e uma fotógrafa em crescendo de importância...
ResponderEliminarGosto de ângulos... Tornam os objectos vistos a partir de um zoom! o nosso Zoom...
Pensando positivamente (o que sempre procuro retirar do negativo)HÁ HORAS FELIZES!!!
bjs e já não monopolizo mais
Belíssimo poema! O tempo é mesmo uma invenção da morte, esquecemo-lo qundo nos entretemos a viver...
ResponderEliminarAbraço:))
Pois é, C., não há dúvida de que vivemos escravizados pelos necrológios. A fotografia ilustra um daqueles que condiciona os meus dias. Outros existem...
ResponderEliminarFelizmente, há horas mais libertas, em que os ponteiros ocupam um plano secundário. E essas, são, indubitavelmente, horas mais tranquilas.
Obrigada, beijinhos e muitas horas felizes!
Justine,
ResponderEliminarna impossibilidade de obliterar esta invenção, que outras se imponham - outras invenções, entretenimentos, poesias... - nessa missão essencial de, parafraseando o poeta, nos aproximar da eternidade.
Obrigada e um abraço!
Não há morte
ResponderEliminarnem princípio
Bj
Mar Arável,
ResponderEliminaracho que me vou ficar por palavras mais convencionais:
Não há morte sem princípio
Não há princípio sem morte.
Um abraço!
Ah, os relógios, efectivamente! :-)))
ResponderEliminarBoa semana!
Efectivamente... :)
ResponderEliminarBoa semana mas, antes, um bom resto de Domingo!
(repetição)
ResponderEliminarexcelente: alinhamento em cima e diagonal sempre presente: amigo/a
(beijo)
Com certeza: alinhados ou em diagonal, amigos verdadeiros, sempre e independentemente da forma como nos movemos no espaço da vida.
ResponderEliminarJá sentia falta da tua criatividade por aqui :) Bem bom!