quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Tu és

Tu és o futuro, aurora imensa
sobre as planícies da eternidade.
Tu és o cantar do galo depois da noite da temporalidade,
o orvalho, a missa de alva e a mocidade,
o desconhecido, a mãe e a morte tensa.

Tu és a figura a se transformar,
do destino sempre solitária a se erguer,
que permanece por exaltar e por lamentar
e como floresta selvagem por descrever.

Tu és das coisas o cúmulo mais profundo,
que cala a última palavra do seu ser
e que aos outros sempre diferente se vai mostrando:
ao navio costa e à terra navio a aparecer.

Rainer Maria Rilke, O Livro de Horas, Assírio & Alvim, 2008, p. 241

9 comentários:

  1. Que sorriso terá dado a pessoa a quem este poema foi dedicado!
    Uma delícia...!

    ResponderEliminar
  2. Sara,
    Gosto muito de Rilke. Já li este Livro de Horas e é muito bonito este poema!
    Boa semana.:)

    ResponderEliminar
  3. Em suma, todas as coisas podem ser.
    :)
    Beijinho.

    ResponderEliminar
  4. Bonito poema do que somos capazes de ser...
    Ou do que alguém nos faz sentir especial
    bjs

    ResponderEliminar
  5. Ainda bem que gostaram, fico contente.

    Resta-me desejar um excelente fim-de-semana para todos!

    ResponderEliminar
  6. Sara, seria interessante saber de quem é a tradução. De Paulo Quintela?
    Bom fim-de-semana também para ti:))

    ResponderEliminar
  7. Tens razão Justine, o nome do tradutor é de toda a relevância. Neste caso, foi Maria Teresa Dias Furtado.

    Bom Domingo! :)

    ResponderEliminar