Este excerto foi-me enviado pela E., em jeito de desabafo. Por traduzir uma verdade inalienável, cá fica.
Quanto mais aprendemos sobre o mundo, quanto mais profundo o nosso conhecimento, mais específico, consistente e articulado será o nosso conhecimento do que ignoramos - o conhecimento da nossa ignorância. Essa, com efeito, é a principal fonte da nossa ignorância: o facto de que o nosso conhecimento só pode ser finito, mas a nossa ignorância deve necessariamente ser infinita. (...) Vale a pena lembrar que, embora haja uma vasta diferença entre nós no que diz respeito aos fragmentos que conhecemos, somos todos iguais no infinito da nossa ignorância.
Quanto mais aprendemos sobre o mundo, quanto mais profundo o nosso conhecimento, mais específico, consistente e articulado será o nosso conhecimento do que ignoramos - o conhecimento da nossa ignorância. Essa, com efeito, é a principal fonte da nossa ignorância: o facto de que o nosso conhecimento só pode ser finito, mas a nossa ignorância deve necessariamente ser infinita. (...) Vale a pena lembrar que, embora haja uma vasta diferença entre nós no que diz respeito aos fragmentos que conhecemos, somos todos iguais no infinito da nossa ignorância.
Karl Popper, em As Origens do Conhecimento e da Ignorância
*Pensando bem, o título deste post também poderia ser "Da necessária humildade"...
No meio de tantos desaires, de questões de ignorância versus fragmentos de conhecimento, da oposição do saber ao saber de quem sabe/fazer, da responsababilidade na construção do «eu» profissional na relação do «outro» em oposição ao meu eu enquanto profssional, ganhei(aste) uma amiga que passou a reconhecer-te a outro nível. Como já fui dizendo neste espaço és uma caixinha de surpresas...Na procura de sentido, na ameaça de desorientação conseguiste ser farol...Palavras sábias dão-me novo alento, fazem-me mudar de rumo, impedindo o embate no cais...Realmente há muito para falar sobre amizade.Conceito tão complexo. Eu não esqueço estes momentos, acredita. Não sei se chega a palavra, mas o sentido tenta transpor os grafemas:OBRIGADA!
ResponderEliminarApesar das cidades não serem as mesmas, da tua companhia ser apenas carregada pela responsabilidade profissional, de não termos tempo para falar do nada, de tagarelar as futilidades tão boas da vida, dos secrets que nos fazem corar e rir ao mesmo tempo, não foste comigo...Estás sempre longe... Mas vai ver o último filme de WOODY ALLEN - SINOPSE - «Na cidade de Nova Iorque, uma comédia pouco convencional sobre um excêntrico misantropo e uma ingénua e influenciável jovem fugitiva. Quando os seus tensos e irritáveis pais chegam para a salvar, eles são rapidamente enredados em acontecimentos românticos inesperados (levando-os para fora do seu mundo…). Todos vão descobrir que encontrar o verdadeiro amor se resume à combinação da sorte e de apreciar o valor de que TUDO PODE DAR CERTO.»
ResponderEliminarDemais, um espectáculo! Já não me recordo de um ataque de riso assim!
A ignorância é infinita, porque o conhecimento também o é. Contudo, conhecer que ignoramos é o motor essencial para a prossecução da sempre infinita tarefa, mas nem por isso desmobilizadora, de reunir "fragmentos de conhecimento". E alguns são profundamente recompensadores, ainda que infinitamente incompletos :)
ResponderEliminarsó sei que nada sei...eis a verdade...
ResponderEliminarElisabete,
ResponderEliminarapesar da complexidade encerrada no conceito de amizade, também poderemos dizer que, quando verdadeira, ela é bastante simples. Para usar a tua metáfora, acho que uns dias somos barcos e noutros farol. E os faróis podem iluminar, mesmo ao longe... :)
Obrigada pela tua sugestão´cinéfila. Ando com vontade de o ver. A ver vamos se consigo um espacinho por estes dias...
R.
Não poderia concordar mais. Aliás, é alentador pensar que até ao fim dos nossos dias haverá sempre coisas a explorar e a descobrir. Nunca nos faltará "objecto", que não falta também motivação e "método" :)
Isabel,
tenho aprendido a duras penas que às vezes também temos que deixar claro que, depois de anos e anos a queimar pestanas, sabemos um bocadinho. E que esse saber e o esforço que esteve na sua base devem ser respeitados. Com humildade e dignidade, mas sem falsa modéstia.
Se me é permitida a "intromissão", apenas para sossegar estas minhas reticências, que teimam em dedilhar: "quando pensava ter encontrado todas as respostas, surgiram todas as dúvidas " (Paulo Coelho).
ResponderEliminarBem hajam!
Se me permitem a "intromissão",queria apenas sossegar estas minhas reticências, que teimam em dedilhar:"quando pensava ter encontrado todas as respostas, surgiram todas as dúvidas" (Paulo Coelho).
ResponderEliminarBem hajam!
Olá Nânci,
ResponderEliminarbem-vinda!
Obrigada pelo comentário. Muito sábio, sem dúvida. Mais uma alusão à incompletude do conhecimento. E às dúvidas... tão incentivadoras, mas tão angustiantes.
Somos todos iguais na diversidade. Talvez (porque nada nos é dado como certo)seja esta a única igualdade do Ser Humano. Retiremos todos os adjectivos da diferença e fiquemos exclusivamente com a palavra...
ResponderEliminarDepois de tantos comentários inteligentes dos seguidores deste blog criativo e impulsionador de reflexões, julgo não ter mais nada a acrescentar. Pecaria pela falta de ignorância infinita que julgo ser portadora... muito humildemente aceite e constatada pela minha própria pessoa.
Bjs à dona do Blogue que se tem dignado passar pelo meu e aos restantes elementos pelas sábias palavras.
Obrigada CF! É um prazer tê-la como co-impulsionadora de reflexão. Prezo muito os seus contributos.
ResponderEliminarUm beijinho e muita força para o (também inacabado) processo de tentar manter-se no "caminho do meio" :)
Ora bem, a mim só me apraz dizer que me orgulho imenso de vos ter às três (Sara, CF e Nânci), tendo em conta que não conheço pessoalmente as autoras dos sábios contributos deste blog, como peças chave, pelo contributo diário, nos maus e nos bons momentos, consubstanciado pela vossa lucidez, nos meandros da minha ignorância!
ResponderEliminarAbraço.