Gustavo Dudamel é um maestro aclamado a nível mundial, mantendo actualmente o cargo de director musical da Orquestra Filarmónica de Los Angeles e da Orquestra Sinfónica de Gutemburgo. Como se não bastasse, é ainda o director musical da Orquestra Juvenil de Simón Bolívar. Esta orquestra é uma das cerca de 125 orquestras sob os auspícios da Fundación del Estado para el Sistema de Orquestras Juveniles e Infantiles de Venezuela, conhecida como El Sistema, um projecto que tem utilizado a música clássica para manter milhares de crianças venezuelanas afastadas da delinquência, ao longo de quase 40 anos. Nestes excertos poderão apreciar actuações desta orquestra, da qual fazem parte jovens resgatados pela música à condenação das ruas. O maestro é Dudamel. Um homem extraordinário, não só pela sua genialidade, mas pelo facto de a colocar também ao serviço de um bem maior. Os vídeos, esses, são uma autêntica celebração!
sábado, 27 de março de 2010
quarta-feira, 24 de março de 2010
segunda-feira, 22 de março de 2010
Quaresmal
Fotografia tirada depois de um almoço razoavelmente quaresmal quanto ao conteúdo do prato, mas pobremente quaresmal quanto ao conteúdo da conversa :).
domingo, 21 de março de 2010
sábado, 20 de março de 2010
Deambulações de Sorel
Uma mosca efémera nasce às nove horas da manhã nos grandes dias de Verão, para morrer às cinco horas da tarde; como é que ela podia compreender a palavra “noite”?
Stendhal, O Vermelho e o Negro
Stendhal, O Vermelho e o Negro
quarta-feira, 17 de março de 2010
Reflexos
Um romance é um espelho que se passeia ao longo de uma estrada. Tão depressa reflecte aos nossos olhos o azul dos céus como a lama dos lamaçais da estrada.
Stendhal, O Vermelho e o Negro
Stendhal, O Vermelho e o Negro
domingo, 14 de março de 2010
(Multi)sensorial
Hoje foi dia de passeio, ali para os lados de Ponte de Lima. Foi dia de apreciar o sol. As cores. As texturas. Foi dia para desentorpecer os sentidos, penalizados por tantas paredes que os encerram e os subalternizam. Foi dia de repôr, mesmo que por um curto espaço de tempo, uma certa ordem natural das coisas.
sexta-feira, 12 de março de 2010
Pescoço (demasiado) longo
[surripiada daqui]
Estas imagens, e os conceitos a elas associados, fizeram-me lembrar um poema de Loris Malaguzzi, um psicólogo e pedagogo italiano que aprecio muito. Começa assim:
A girafa tem o coração longe dos pensamentosApaixonou-se ontem e ainda não sabe...
terça-feira, 9 de março de 2010
Ouro sobre azul
Pressinto a Primavera. Apesar de o estado do tempo nos confundir, ela faz-se anunciar. E isso é mesmo ouro sobre azul! No caso da imagem anexa, de uma forma razoavelmente literal.
sábado, 6 de março de 2010
Como a água
A primeira vez que soube que a minha mãe estava doente foi quando o meu pai atirou o peixe de volta ao mar. Nessa noite, ficámos com fome. “Para compreendermos o vazio”, disse-nos ele. A mãe sempre disse que a minha irmã Satsu era como a madeira. Tão enraizada na terra como uma árvore "Sakura". Mas disse-me que eu era como a água. A água sulca o seu caminho, mesmo através da pedra. E, se depara com um obstáculo, a água encontra um novo caminho.
quarta-feira, 3 de março de 2010
You Are Welcome to Elsinore
Entre nós e as palavras há metal fundente
entre nós e as palavras há hélices que andam
e podem dar-nos morte violar-nos tirar
do mais fundo de nós o mais útil segredo
entre nós e as palavras há perfis ardentes
espaços cheios de gente de costas
altas flores venenosas portas por abrir
e escadas e ponteiros e crianças sentadas
à espera do seu tempo e do seu precipício
Ao longo da muralha que habitamos
há palavras de vida há palavras de morte
há palavras imensas, que esperam por nós
e outras, frágeis, que deixaram de esperar
há palavras acesas como barcos
e há palavras homens, palavras que guardam
o seu segredo e a sua posição
Entre nós e as palavras, surdamente,
as mãos e as paredes de Elsinore
E há palavras nocturnas palavras gemidos
palavras que nos sobem ilegíveis à boca
palavras diamantes palavras nunca escritas
palavras impossíveis de escrever
por não termos connosco cordas de violinos
nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar
e os braços dos amantes escrevem muito alto
muito além do azul onde oxidados morrem
palavras maternais só sombra só soluço
só espasmos só amor só solidão desfeita
Entre nós e as palavras, os emparedados
e entre nós e as palavras, o nosso dever falar
Mário Cesariny de Vasconcelos
entre nós e as palavras há hélices que andam
e podem dar-nos morte violar-nos tirar
do mais fundo de nós o mais útil segredo
entre nós e as palavras há perfis ardentes
espaços cheios de gente de costas
altas flores venenosas portas por abrir
e escadas e ponteiros e crianças sentadas
à espera do seu tempo e do seu precipício
Ao longo da muralha que habitamos
há palavras de vida há palavras de morte
há palavras imensas, que esperam por nós
e outras, frágeis, que deixaram de esperar
há palavras acesas como barcos
e há palavras homens, palavras que guardam
o seu segredo e a sua posição
Entre nós e as palavras, surdamente,
as mãos e as paredes de Elsinore
E há palavras nocturnas palavras gemidos
palavras que nos sobem ilegíveis à boca
palavras diamantes palavras nunca escritas
palavras impossíveis de escrever
por não termos connosco cordas de violinos
nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar
e os braços dos amantes escrevem muito alto
muito além do azul onde oxidados morrem
palavras maternais só sombra só soluço
só espasmos só amor só solidão desfeita
Entre nós e as palavras, os emparedados
e entre nós e as palavras, o nosso dever falar
Mário Cesariny de Vasconcelos
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