A primeira vez que soube que a minha mãe estava doente foi quando o meu pai atirou o peixe de volta ao mar. Nessa noite, ficámos com fome. “Para compreendermos o vazio”, disse-nos ele. A mãe sempre disse que a minha irmã Satsu era como a madeira. Tão enraizada na terra como uma árvore "Sakura". Mas disse-me que eu era como a água. A água sulca o seu caminho, mesmo através da pedra. E, se depara com um obstáculo, a água encontra um novo caminho.
É uma bela metáfora de persistência e consecução. Diria, até, que é um belo lema de vida. (É curioso, amiga, como, sem combinação prévia, hoje coincidimos na escolha de temáticas inspiradas no "alento").
ResponderEliminarEm sintonia! Talvez a semelhança nas exigências que a vida nos coloca actualmente inspire a similitude nas temáticas. Para além de outras aproximações, que sabemos mais importantes :)
ResponderEliminarágua e madeira, preto e branco, yin e yang...tantos opostos que compoem o equilíbrio..
ResponderEliminar"Afinal o que importa não é a literatura nem a crítica de arte nem a câmara escura
ResponderEliminarAfinal o que
importa não é bem o negócio
nem o ter dinheiro ao lado de ter horas de ócio
Afinal o que
importa não é ser novo e galante
- ele há tanta maneira de compor uma estante
Afinal o que
importa é não ter medo: fechar os olhos frente ao precipício
e cair verticalmente no vício
Não
é verdade rapaz? E amanhã há bola
antes de haver cinema madame blanche e parola
Que afinal
o que importa não é haver gente com fome
porque assim como assim ainda há muita gente que come
Que afinal
o que importa é não ter medo
de chamar o gerente e dizer muito alto ao pé de muita gente:
Gerente! Este leite está azedo!
Que afinal
o que importa é pôr ao alto a gola do peludo
à saída da pastelaria, e lá fora – ah, lá fora!
– rir de tudo
No riso admirável
de quem sabe e gosta
ter lavados e muitos dentes brancos à mostra"
...
O que importa é a vibração que nos faz sentir vivas, o que importa é não deixarmos de sonhar, o que importa é "furarmos" a pedra, é resguardarmo-nos do vento, nadarmos neste "oceano" de experiências...mas acima de tudo, o que importa é vencermos,"só" por desejar viver!
Esta é uma das metáforas mais belas que nos incita à perseverança... que nos mostra os obstáculos como oportunidades... em que o submergir e emergir nos fazem tomar novos folgos, novas vontades, novo recomeçar!
ResponderEliminarNeste momento recordo-me novamente da minha ilha e desejo que esta metáfora faça sentido nessa paisagem lindíssima sulcada temporariamente pela água...
Muito obrigada pelos vossos comentários. Hoje tive um daqueles dias mesmo bons, em que chegamos ao fim com o coração maior, porque foi insuflado pelo carinho de pessoas a quem queremos muito bem. E acho que, no fundo, para sermos água, precisamos de brisas de afectos, que nos ajudem a contornar obstáculos e a continuar. Na ausência destas brisas, a água corre o risco de estagnar...
ResponderEliminarDesejo a todas uma boa semana!
que lindas palavras minha diva!!
ResponderEliminarque bom saber te bem!!um beijão!!
Obrigada Isabel! É precisamente de brisas como esta de que falo, também :)
ResponderEliminarBeijo grande para ti!