Oviedo é uma cidade pejada de esculturas, de estilos e autorias diversas. Uma das mais conhecidas é esta, “La Maternidad”, de Fernando Botero, que se pode encontrar na Plaza de la Escandalera (mais uma delícia toponímica) e que serve de habitual ponto de encontro aos habitantes locais. Dela, algo me chamou particularmente a atenção: a direcção do olhar desta mãe. Dissemelhante de outros trabalhos artísticos que evocam a maternidade, esta figura materna não atenta no filho, mas olha em direcção oposta. Um olhar, contudo, centrado no filho, evocando vigilância e protecção? Ou o olhar que evoca o direito da mulher, também mãe, a olhar noutras direcções?
domingo, 12 de setembro de 2010
La Maternidad
Oviedo é uma cidade pejada de esculturas, de estilos e autorias diversas. Uma das mais conhecidas é esta, “La Maternidad”, de Fernando Botero, que se pode encontrar na Plaza de la Escandalera (mais uma delícia toponímica) e que serve de habitual ponto de encontro aos habitantes locais. Dela, algo me chamou particularmente a atenção: a direcção do olhar desta mãe. Dissemelhante de outros trabalhos artísticos que evocam a maternidade, esta figura materna não atenta no filho, mas olha em direcção oposta. Um olhar, contudo, centrado no filho, evocando vigilância e protecção? Ou o olhar que evoca o direito da mulher, também mãe, a olhar noutras direcções?
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Essa é uma boa reflexão. Talvez as possibilidades não sejam mutuamente exclusivas. Talvez as mulheres mães tenham progressivamente conquistado a capacidade de alargar horizontes sem perder de vista a 'vigilância e protecção' da prole :)
ResponderEliminarBeijinho grande!
Botero é um escultor especial porque faz as suas figuras parecerem a deusa-mãe. Pelo que, por si só, esta mãe já é mãe só pela estrutura que o autor lhe confere.
ResponderEliminarParece-me que as duas vertentes expressas nas perguntas estão espelhadas na escultura representada.
Boa semana! :)
Faz-me lembrar um escultor nórdico de que não retenho o nome...
ResponderEliminarÉ um olhar de desafio, talvez enfrentando perigos desconhecidos.
ResponderEliminarImponente, esta escultura
... ou então ... simplesmente chama (ou procura) o outro progenitor (figura ausente) para os deveres de parentalidade partilhada para com a criança.
ResponderEliminarÉ assim que se fazem crescer os adultos de amanhã ... digo eu ... que a esta hora quase nunca digo nada de jeito!
(e essa da "escandalera" está demais ...).
ResponderEliminarhummm..como sempre...o olhar certo no sítio certo. Aposto que Botero associou essas duas vertentes...porque a final, mãe é antes de mais mulher...ou será que a mulher é antes de mais mãe?
ResponderEliminarInstantes atentos
ResponderEliminarOlá a todos
ResponderEliminarGostei imenso de ler os vossos comentários, que enriqueceram sobremaneira a reflexão inicial. Já agora, poderão encontrar uma escultura similar de Botero em Lisboa, no Parque Eduardo VII. Uma busca no Google rapidamente vos trará imagens.
As minhas boas-vindas ao Fernando. À laia de curiosidade, o “escandalera” estaria associado, segundo a guia que nos acompanhou, ao facto de a praça ter sido (e continuar a ser) palco de manifestações do povo de Oviedo.
Uma boa semana para todos!
Olá Sara, peço desculpa por intrometer-me aqui lá para o final mas não posso deixar de o fazer... já explico porquê.
ResponderEliminarQuando espreitei o teu blog um dia destes, foi mesmo de relance e apanhei a imagem sem que tivesse a oportunidade de ler o teu post. Hoje ao lê-lo achei interessante porque a principio a minha "interpretação" foi a da mãe mulher em alargar os seus horizontes. De facto, isto é um aspecto a que sou muito sensível porque quando o meu olhar de mulher se demora noutras dimensões em meu redor, a minha consciência de mãe fica algo "pesada". É algo que tem sido alvo da minha reflexão e devo dizer que de todas as vezes chego à mesma conclusão... Eu nunca poderia ser uma boa mãe se não fosse uma mulher atenta ao meio em meu redor!!! logo, ao fazê-lo estarei protegendo as minhas crias...além disso estou a passar-lhes uma herança muito mais rica do que de bens materais. Um estado é condição sine qua non do outro.
Estão ambos presentes e devem estar, segundo o meu ponto de vista (conforme referido em cima, a mãe é adjectivo de mulher e conquista-se, não só tendo os filhos mas ao longo das suas vidas).
bjs e gostei da foto (como já nos vais habituando)
Olá CF
ResponderEliminarestá à vontade para dares a tua achega em qualquer momento. Aqui não há início, nem final, há apenas contributos que aprecio muito.
Gostei muito do teu comentário, sobretudo pelo facto de ser enformado por uma experiência directa e reflectida. E concordo inteiramente contigo: os vários papéis de uma mulher são necessariamente sinérgicos e poderão, se bem geridos, alimentar-se mutuamente. E eu não tenho dúvidas de que és uma excelente "gestora".:)
Beijinho e bom fim-de-semana, para ti e para os teus filhotes :))