Joseph Chamberlain Memorial Clock Tower ("Old Joe"), Universidade de Birmingham
Diz-se que o tempo não pára, que nada lhe detém a incessante caminhada, é por estas mesmas e sempre repetidas palavras que se vai dizendo, e contudo não falta por aí quem se impaciente com a lentidão, vinte e quatro horas para fazer um dia, imagine-se, e chegando ao fim dele descobre-se que não valeu a pena, no dia seguinte volta a ser assim, mais valia que saltássemos por cima das semanas inúteis para vivermos uma só hora plena, um fulgurante minuto, se pode o fulgor durar tanto.
José Saramago, O Ano da Morte de Ricardo Reis, Caminho, p. 317
Só uma hora plena... às vezes é bem verdade!
ResponderEliminarGostei muito deste livro.
Oi Sara ,
ResponderEliminarsempre estamos a falar do tempo esse algoz que causa medo e como diz o poeta " nos coloca em risco".rs
nessa correria dos dias atuais seria um refreco a tal lentidão
quanto ao fulgor do minuto aí seria bom também se pudéssemos eternizá-lo.
Saramago já li alguns, esse ainda nao.
Obrigada da dica.
Abraço
Ai, esta foto!!! :-)
ResponderEliminarBonito post, Sara!
Que as tuas horas sejam plenas de enriquecimento e contentamento pelo trabalho bem feito, pela troca de ideias, pelos risos partilhados e pelos momentos de ternura :-)
... e intensamente!
ResponderEliminarE contudo, temos todo o tempo do mundo!
ResponderEliminarBoa noite, Sara
ResponderEliminarAcho bem a tua abordagem ao tema do Tempo.
A ilustração está perfeita.
O texto de Saramago, adequadíssimo.
Nas aldeias, até em muitos bairros de cidades médias, era frequente ter como referência o toque do sino da igreja “conectado” com o relógio.
Dei comigo muitas vezes a sentir as meias horas e horas com mais gravidade à noite – Noite bem avançada – do que durante o dia.
Mais tarde, o meio-dia passou a ser assegurado pela sirene dos bombeiros.
Agora, com a digitalização, a relação com o tempo, não se tendo alterado, tornou-se mais sofisticada.
O que me preocupa é o facto de tendo introduzido tanta velocidade no nosso quotidiano – Como se ela garantisse a consagração do cosmopolitismo – tanto se fala de falta de tempo, tanto se valoriza uma certa ideia de instante e tanto se deseja a vida nas cidades menos litorais, onde a pacatez exaltasse derradeiramente um bucolismo irremediavelmente perdido.
Associado ao tempo, há uma certa ideia de luz – O dia e a Noite – Então, porque não fazer como no cinema e introduzir a esta azáfama diária menos velocidade e mais slow motion para que o prazeres e o desfrutar sejam mais apreciados e proveitosos?
Bjs
O balanço dos dias e o fulgor das coisas é tão subjectivo quanto a própria percepção do tempo: fugaz nos momentos felizes, infinito nos momentos penosos. E sendo o tempo tão precioso, para quê saltar semanas? Porque não procurar o fulgor oculto na aparente inutilidade dos dias?
ResponderEliminarA ti, desejo que contes muitos em quantidade e em felicidade.
Beijinho e (mais) uma óptima semana :)
Contudo, uma hora em pleno só tem valor depois das horas sem nada acontecer. Faz lembrar a velha máxima de que a recompensa só chega depois do trabalho. Antes disso, o prémio pouco sabor tem.
ResponderEliminarBeijo :)
há horas e momentos fugazes que nos marcam para o resto da vida...a intensidade marca e faz ansear por sucessivas horas dessas....é essa vontade que nos move!;)
ResponderEliminarPor vezes
ResponderEliminarsó
um vagaroso instante
Olá Sara, gostei da fotografia e do belo texto de Saramago...Espectacular....
ResponderEliminarCumprimentos
Existem horas ou dias tão plenos, que não os medimos com escalas do tempo... 1 hora pode parecer ter 24 e vice-versa...
ResponderEliminarAprender a relativizar o tempo é algo necessário nos dias de hoje...
Prefiro-o como um conceito subjectivo e que só por mero acaso, tem uma medida para os mais perdidos????
Bjs
E para comprovar que o tempo ultrapassa-se em si mesmo: aqui esteve Saramago!
(continuando um post de um seguidor anterior)
ResponderEliminar... em algumas aldeias, como naquela a que chamo ainda hoje de "minha" - Lagoaça, Freixo-de-Espada-à-Cinta - o anunciar do tempo também era medido pelo zurrar de um burro (que curiosamente acertava umas quantas vezes ao dia, vá-se lá saber porquê).
E são experiências como esta, aparentemente deslocadas da razão, inconsequentes e de fazer surgir, no máximo, o esgar sorridente do cepticismo bucólico, que nos levam (ou pelo menos a mim levam-me frequentemente) a pensar que, por um lado, apenas é preciso 1 segundo intensamente absorvido para recarregar "as pilhas" para um ano inteiro e, por outro, à falta de melhor estratégia, temos que ser nós a "parar o tempo" (não confundir com "parar no tempo") e absorver o nos rodeia o mais intensamente possível.
Obviamente que nunca foi o "zurrar do burro" que importou verdadeiramente mas sim o simples facto que ele traz à memória toda uma adolescência de sensações que (principalmente) nas tardes quentes de Verão ainda me fazem sorrir, mesmo sem se saber porquê...
Mais um post com "selo" de qualidade.
Uma excelente semana.
Olá a todos
ResponderEliminarcomo já terão reparado, raramento cá venho para responder aos vossos comentários. Todavia, a qualidade dos mesmos tem-me deixado extremamente impressionada e agradada: a inteligênca, a clarividência e o afecto patentes em vários deles levam-me às palavras inevitáveis e necessárias: muito obrigada!
É a vossa presença que me leva a manter este espaço, mesmo num momento profissionalmente muito exigente. Novamente, o meu agradecimento sincero!
Minha querida Sara
ResponderEliminarMas tu tinhas alguma dúvida de que OS TEUS SEGUIDORES não tivessem inteligência, clarividência ou afecto quando és tu que estás do outro lado??? Impossível, cara amiga
Ás vezes são estes espaços de partilha que nos ajudam a alterar, nem que seja por momentos (cá está o cerne do teu post), o rumo dos pensamentos que nos derrubam e que nos fazem esquecer o quanto valemos, enquanto pessoas.
bjs grandes e força
E eu volto só para te deixar um beijo de obrigada:))))
ResponderEliminarNo meu parecer o tempo passa a uma velocidade vertiginosa: parece que nunca tenho tempo para nada!
ResponderEliminarTambém é certo que nem sempre esse tempo tem compensações destacáveis que motivem satisfação. Talvez fosse interessante só viver momento empolgantes... resultaria?
Abraços de vida