segunda-feira, 31 de maio de 2010

"Receive with simplicity everything that happens to you"

A Serious Man (2009), de Ethan Coen e Joel Coen

The Uncertainty Principle. It proves we can't ever really know... what's going on. So it shouldn't bother you. Not being able to figure anything out. Although you will be responsible for this on the mid-term.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Diatribe contra o amor

Podem defini-lo como uma proliferação cancerosa de origem desconhecida que se desenvolve seja onde for, mal-grado a vítima. Quantas vezes não se tenta em vão amar a pessoa “conveniente”, mesmo quando o nosso coração sabe tê-la encontrado depois de tormentosa busca? Não, uma sobrancelha, um perfume, uma maneira de andar, um sinal no pescoço, um hálito de amêndoa – eis os cúmplices que o espírito procura para completar a nossa perda.

Lawrence Durrell, Clea

domingo, 23 de maio de 2010

Pelas margens do Lima

Acabou por ser uma pseudo-caminhada. Como disse a mana, foi uma caminhada à calaceira :-). É que nos fomos distraindo pelo caminho...



sexta-feira, 21 de maio de 2010

Timing

A Duquesa (2008), de Saul Dibb

Receio bem que, na minha vida, tenha feito algumas coisas demasiado tarde e outras demasiado cedo.

domingo, 16 de maio de 2010

Daltonismo moral

La Escalera de Poder, de Carlos Revenga (2009)

Dizer que um homem não tem escrúpulos implica que esse homem nasceu com escrúpulos e agora decidiu pô-los de parte. Mas pode conceber-se um homem manifestamente “nascido” sem consciência? Um homem “nascido” sem as faculdades ordinárias da alma?
(…)
Há homens cujos sentimentos se vaporizam em neblina, como se fossem premidos por um vaporizador; aqueles que os congelaram – “agulhas e alfinetes de coração”; outros nasceram sem a noção dos valores, os agora afectados de daltonismo moral. Os muito poderosos são assim frequentemente (…)

Lawrence Durrell, Mountolive

sexta-feira, 14 de maio de 2010

"mark twain!"


Na edição portuguesa da revista Intelligent Life surge um artigo de Laura Barton que analisa a ligação profunda de Mark Twain ao Mississippi, convenientemente intitulado Uma Vida e Um Rio. Dentre os vários pormenores biográficos, achei curioso aquele que revela o surgimento do pseudónimo do escritor, que espelha a força dessa ligação. Cá vai:

(...) Twain regressou a Hannibal e tirou o curso de piloto de barcos a vapor, tendo estudado cerca de 3200 quilómetros de rio antes de ter obtido a licença, em 1859. Conhecia aquelas águas como as palmas das mãos; adorava-as e elas davam-lhe segurança e inspiração. Até o seu pseudónimo de escritor foi tirado da terminologia dos barcos fluviais – o grito dos barqueiros, “mark twain!”, significava que a água tinha duas braças de profundidade e era seguro continuar.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

A Cerca*

A palavra "cerca" poderá ser associada, com grande probabilidade, a outras, próximas: limite, fronteira, circunscrição. Mas tenho que vos falar de uma "Cerca" que ultrapassa estas lógicas semânticas para, no meu dicionário emocional, se associar a palavras como evasão, continuidade ou união.
"A Cerca", com mérito de maiúscula, porque há muito resgatou o próprio do comum.




* Cerca do Mosteiro de Tibães, Braga

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Sob a armadura

Deu um passo em frente e preparava-se para estender a mão quando descobriu que ao vestir aquele uniforme tudo tinha mudado. Apoderou-se bruscamente dele um sentimento de solidão, compreendendo que na sua qualidade de embaixador devia renunciar para sempre à amizade dos seres humanos vulgares em troca da sua “déférence”. O uniforme isolava-o do mundo como uma armadura de aço. “Senhor - pensou ele -, passarei a vida a solicitar uma reacção humana normal das pessoas que devem deferência ao meu “posto”! Vou tornar-me como aquele horrível vigário do Sussex que praguejava sempre em voz baixa para provar a si próprio que era ainda um ser humano a despeito da coleira!”

Lawrence Durrell, Mountolive

terça-feira, 4 de maio de 2010

Dois ao quadrado

Algures pela Sé, Braga

Por vezes, a lente cai de amores por certos detalhes.

sábado, 1 de maio de 2010

Vamos lá tirar a cabeça de misérias

Este tema já foi cantado por várias vozes, incluindo Shirley Bassey, Nat King Cole, Sarah Vaughan, Judy Garland, Frank Sinatra, Barbra Streisand, Rod Stewart ou Norah Jones. Também Amália já o cantou. Apesar de não conhecer todas as versões, esta continua, para mim, a ser praticamente insuperável.


Ella Fitzgerald e Louis Armstrong, The Nearness of You