sexta-feira, 28 de maio de 2010

Diatribe contra o amor

Podem defini-lo como uma proliferação cancerosa de origem desconhecida que se desenvolve seja onde for, mal-grado a vítima. Quantas vezes não se tenta em vão amar a pessoa “conveniente”, mesmo quando o nosso coração sabe tê-la encontrado depois de tormentosa busca? Não, uma sobrancelha, um perfume, uma maneira de andar, um sinal no pescoço, um hálito de amêndoa – eis os cúmplices que o espírito procura para completar a nossa perda.

Lawrence Durrell, Clea

17 comentários:

  1. Vejo que já está a ler Clea! O Quarteto de Alexandria é interessantíssimo, já o li há muitos anos, ficaram sombras. Há livros que se devem ler mais que uma vez. Tenho que adiar a segunda leitura porque tenho uma pilha para ler... e trabalho...trabalho...
    Bom fim-de-semana.
    :)

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  2. É verdade, Ana, nos interstícios do trabalho tenho lido Clea. São pequenos desvios que fazem um bem enorme à minha saúde mental :)
    De facto, revisitar algumas obras é quase obrigatório, embora a sucessão de tarefas seja pouco conivente com essas intenções.
    Um bom fim-de-semana para si, quem sabe se recheado com alguma leitura agradável :)

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  3. Eternos insatisfeitos

    simples e complexos

    só nos resta voar

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  4. Boa noite Mar Arável
    creio bem que a nossa eterna insatisfação está na base de alguma inépcia para muitas coisas, incluindo para amar...
    É um prazer tê-lo por cá. Confesso que já o conhecia de outras paragens e sempre apreciei muito os seus "poemas-comentários".
    Obrigada!

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  5. Subscrevo a citação com uma pequena (grande) excepção: é "uma proliferação benigna de origem desconhecida..." :)
    Beijinho!

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  6. Eu penso que a malignidade surge aqui pelo facto de, tal como assumido no livro, se tratar de uma diatribe, com pendor injurioso :)
    Outro para ti!

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  7. Mais um que ainda não li, mas agora vou ficar de olho nele! :-)

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  8. É altamente recomendável, juntamente com os restantes elementos do Quarteto.
    Folgo em vê-lo por estas paragens! :)

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  9. Quanto ao altamente recomendável, seguramente que o teu blog o é... embora comece a duvidar no meu caso.... Cada vez que leio algo de Durrell nestas paragens fico cheia de curiosidade para ler tudo. Garanto-te que, neste momento não seria recomendável, considerando a carga de outras leituras que "devo" fazer. Faço como tu, vou parando por aqui para promover a minha saúde mental. Pelo meio dos estudos, também procuro alguns desvios salutares! É como se fossem páginas marcadas com folhas secas, pelo meio, que nos incita a sentir-lhes o cheiro... o problema é se queremos ir além do cheiro!
    bjs e até domingo

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  10. Obrigada! És uma querida!
    Eu gosto de vários tipos de desvios (serei uma "desviada"? :))) Sonho com o dia em que o trabalho é que será o desvio a tudo o resto :)))
    Até amanhã! Prepara as pernas :)))

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  11. Mar Arável tem a virtude de dizer em poucas palavras a profundidade das coisas...

    Clea, é um dos olhares sobre as relações que as quatro pessoas têm na história de Durrell. A beleza da obra é essa cada personalidade vê o outro com a sua visão.

    Para Mar Arável:

    A insatisfação é a agonia dos dias
    é perder a vida ou
    não a saber aproveitar.

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  12. ...ou a nossa salvação, diria eu, e compreenderá Clea, mais tarde!
    Um abraço, companheira em leituras:))

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  13. Exactamente, no final o amor salvará e redimirá :)
    Um abraço e votos de um bom resto de Domingo, companheira :))

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  14. Que bom! Aprecio muito a companhia :)
    Um bom resto de domingo para si!

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  15. Forçar a amar o "conveniente" não resulta mesmo..enquanto que pequenos detalhes como "sinal no pescoçao", "jeito de andar", "cheiro" nos arrebatem e encandeiam a alma!;)

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  16. Acho que, como em muitas outras coisas, tudo depende das necessidades e possibilidades das pessoas. :)
    Boa semana para ti!

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